Bem vindo ao site de contabilidade da Zacher Contadores

Área do Cliente

Área do administrador

Empresa torna proprietário endividado em inquilino do imóvel

Empresa torna proprietário endividado em inquilino do imóvel

O número de imóveis retomados cresceu a cada ano desde 2019, considerando dados levantados com o Banco do Brasil. Entre 2019 e 2022, o Banco do Brasil vendeu 1.064 imóveis via leilão e outros 4.240 de forma direta, pelo site seuimovelbb.com.br (dados anuais abaixo).

Já a Resale, outlet imobiliário, afirma que realizou 318 leilões em 2021 e 359 em 2022, sendo parte dos imóveis oriunda da Empresa Gestora de Ativos do Governo (Emgea) e parte do Banco do Brasil.

Imóveis vendidos por ano pelo Banco do Brasil

  • • 2019 - 594 imóveis
  • • 2020 - 763 imóveis
  • • 2021 - 1.775 imóveis
  • • 2022 - 2.172 imóveis

Visando uma parte do público que corre o risco de perder o imóvel, a empresa do setor imobiliário Rooftop criou a iniciativa Incasa, que torna o proprietário endividado em inquilino, com a possibilidade de recomprar o imóvel.

“Percebemos que muitas pessoas acabam tendo seus imóveis expropriados por dívida de pequena ou média monta, ou seja, por R$ 50 ou R$ 100 mil reais acaba atingindo um patrimônio de R$ 400 mil, R$ 500 mil, R$ 1 milhão, e essa pessoa acaba não tendo uma alternativa para resolver essa questão. Identificando esse cenário, a empresa trouxe uma operação imobiliária que tem viés de crédito, que serve para que os proprietários possam se reorganizar financeiramente”, afirmou o CEO da Rooftop, Daniel Gava.

A empresa transforma o proprietário em inquilino do seu próprio imóvel. Então, o proprietário endividado vende o imóvel e recebe o valor à vista (com deságio entre 15% e 20%) e passa a pagar aluguel.

Na operação, desde o início o cliente conhece o preço pelo qual poderá recomprar o imóvel. A empresa atua apenas com imóveis com valor acima de R$ 400 mil e não trabalha com os de interesse social ou que tenham uma dívida maior do que o valor do patrimônio.

e acordo com Gava, além de endividados, empreendedores que buscam liquidez para investir no próprio negócio são outro perfil de público da Rooftop.

O CEO da empresa explicou ainda que o cliente não fica refém da companhia para a venda: ele não tem compromisso de vender para a empresa e pode aceitar ofertas de compra de terceiros que paguem mais.

“Mas a maioria dos clientes prefere fazer a recompra. Apenas entre 1% a 2% acabam vendendo de fato o imóvel”, concluiu Daniel Gava.

Quando o banco pode tomar um imóvel?

Salvo disposição expressa em contrato, o banco que financia um imóvel está autorizado a tomar as providências para a consolidação da propriedade em seu nome mesmo se somente uma única parcela deixar de ser paga, explicou o advogado Lucas Sampaio, especialista em direito civil, empresarial e consumerista, no escritório Abe Advogados.

“Existem várias modalidades de financiamento bancário para aquisição de imóveis, bem como vários tipos de garantia que podem vir a ser solicitadas. Atualmente, o mais utilizado é que o financiamento seja garantido por meio da alienação fiduciária do bem imóvel que está sendo adquirido. Nessa modalidade, a propriedade do bem, ainda que em caráter resolúvel, é da instituição financeira, sendo que a posse direta do imóvel fica com o devedor”, afirmou o advogado.

Antes de tomar qualquer medida, no entanto, Sampaio ressalta que é indispensável que o Banco notifique o devedor para que ele pague o valor em aberto antes de tomar qualquer medida para a consolidação da propriedade: “Em caso de inadimplemento do comprador, o banco deve, por lei, notificar uma única vez dando prazo para que devedor quite o valor em aberto antes de tomar as medidas para a consolidação da propriedade”, disse.